O Primeiro de Maio tem um significado profundo na dignidade dos
trabalhadores. A sua história remonta a 1886, altura em que, em Chicago, foi
feita uma manifestação, com a participação de milhares de trabalhadores, para
reivindicar oito horas de trabalho por jornada. Uma provocação de patrões
originou um conflito que levou à intervenção da polícia. Dois dias depois, os
trabalhadores fizeram uma greve que gerou novo conflito reprimido com a morte
de três trabalhadores. No dia seguinte, 4 de Maio, houve uma grande
manifestação de protesto. Durante a mesma foi lançada uma bomba por
desconhecidos que matou 7 polícias. Foram logo acusados sete trabalhadores de
serem os autores desse crime. Na sequência disso, cinco foram condenados à
forca e três a prisão perpétua. Por reacção, os trabalhadores sentiram a
necessidade de se organizarem e apareceram os primeiros sindicatos. Conseguiram
demonstrar, em tribunal, a inocência dos seus colegas e no dia 20 de Junho de
1889 o espírito de luta deu origem a uma organização política, a internacional
socialista, que se reuniu em Paris. Foi escolhido o Primeiro de Maio como dia
do trabalhador e a partir daí, em todo o mundo, passou-se a homenagear os
trabalhadores que morreram nas lutas sindicais com novas reivindicações.
Ser solidário com quem só tem a força do seu trabalho ou da sua inteligência
para fazer face aos problemas da sua família é juntar-se aos querem uma
sociedade mais justa. E isso é, sem dúvida, o primeiro dever de cidadania.
Hoje, no Porto, assisti ao Primeiro de Maio. A Praça da Liberdade estava
cheia, com muita gente conhecida. Reafirmava-se esse espírito de luta, mas
também de festa e fraternidade.
Em solidariedade com todos os que lutam por uma sociedade mais justa, Viva
o Primeiro de Maio!
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