Uma associação cívica, como a Associação dos Amigos
do Concelho do Marco de Canaveses, tem, por sua natureza, a obrigação de lutar
por princípios cívicos, defender o prestígio do Concelho e contribuir para a
promoção do progresso social, moral, cultural e económico dos seus conterrâneos.
Podíamos servir-nos de outros exemplos! Utilizemos, por exemplo, a entrevista que o Primeiro-ministro, António Costa, no
passado dia 29 deu à TVI. Interessa-nos a sua prestação cívica. Consideramo-la relevante pelas lições que dela se podem tirar em
momentos de alguma crispação política.
António Costa teve uma postura de Estado, disse o que
deveria ser dito e, ao ser incapaz de acicatar ânimos, contribuiu para
dignificar a acção política e as relações institucionais. É pena que este
estilo não possa constituir um manual de boas práticas políticas. Muita gente,
ligada ao seu partido, precisa dessa instrução.
Na minha terra, há uma revolta (para já em
surdina!) contra intervenções feitas durante a campanha eleitoral, marcadas
pelo despudorado ataque pessoal e calunioso contra o ex-presidente da câmara.
Pelo que me foi contado, nem no tempo do fascismo se fazia isso e não sei se
Avelino Ferreira Torres chegava a tanto! O debate político é um confronto sobre
a melhor maneira de governar e não uma luta cobarde (o atingido nunca está
presente), onde vale tudo, até o enxovalho.
A Associação dos Amigos do Concelho do Marco de Canaveses sempre foi solidária com quem é ofendido
publicamente e cobardemente na sua honra, sem se poder defender. E os meus
conterrâneos conhecem o combate que esta Associação travou contra esse estilo de fazer
política. Não sabemos o que vai fazer o atingido pelas insinuações caluniosas em
dois comícios, mas preocupa-nos que os lideres locais do partido, a que pertence
o autor dessas insinuações caluniosas, não se distanciem do mesmo,
retirando-lhe confiança política. Estas atitudes deixam profundas nódoas, não
são facilmente esquecidas, vão moendo em surdina e acabam por descredibilizar
os partidos e a ação política.
O exemplo de António Costa resume-se a um princípio
muito
antigo, encontrámo-lo já nos gregos, nomeadamente na
“República” de Platão: antes da política está o civismo e se
este falta não se percebe para que serve a política. Por isso,
Platão defendia que a política é uma arte nobre. E
acrescentava: “Só a justiça diz respeito à política (…) o bom
político sofre a injustiça, mas é incapaz de a aplicar contra o
adversário.” E dizemos nós: muito menos caluniá-lo!
antigo, encontrámo-lo já nos gregos, nomeadamente na
“República” de Platão: antes da política está o civismo e se
este falta não se percebe para que serve a política. Por isso,
Platão defendia que a política é uma arte nobre. E
acrescentava: “Só a justiça diz respeito à política (…) o bom
político sofre a injustiça, mas é incapaz de a aplicar contra o
adversário.” E dizemos nós: muito menos caluniá-lo!
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