sexta-feira, 24 de abril de 2020

25 DE ABRIL - SEMPRE




25 DE ABRIL – SEMPRE!

Fruto de uma ameaça global, vivemos tempos excecionais e com contornos ainda não totalmente definidos exigindo um esforço acrescido, a mobilização das instituições e o envolvimento dos cidadãos. Para concretizar este objetivo, ultrapassar o difícil período que vivemos, urge que cada um assuma este combate como sendo seu e tenha plena consciência que o seu contributo não só é essencial como é reconhecido.

Num momento em que comemoramos o 46.º aniversário da Revolução de Abril temos assistido a uma forte celeuma sobre como deve ou não ser comemorada esta data que marca a nossa história e redesenhou o nosso futuro. Independente das posições assumidas quanto à forma como deve ser comemorada a data, todos a estão a comemorar a mesma na medida em que a evocam recorrentemente para construir a argumentação produzida.

Abril é para comemorar sempre, mesmo que pontualmente seja pedido, por motivos alheios e plenamente justificados, alguma contenção nos eventos públicos a realizar.

Na resposta à ameaça, se alguma dúvida subsistia, fica clara a importância do SNS público plasmada na forma como respondeu às necessidades excecionais. A dedicação dos seus profissionais tem sido alvo, merecido, das mais variadas manifestações públicas, de reconhecimento pela ação desenvolvida.

Umas linhas para duas instituições que apesar de terem dado uma resposta, que poderá ter superado as nossas melhores expectativas, neste combate que a todos mobiliza tem concretizado a sua ação de forma tão eficaz quanto discreta.

As Forças Armadas, tal como há 46 anos, perante a ameaça disseram presente, como é apanágio da Instituição. De norte a sul às regiões autónomas as FFAA marcaram presença, prestando diversos apoios no combate à pandemia. Várias entidades, Municípios, Hospitais, Centros de Saúde, Lares de Idosos, entre outras, foram apoiadas. Apoio que se concretizou na cedência e montagem de tendas, descontaminações, apoio sanitário, intervenção psicológica, produção de desinfetante, acolhimento de doentes nos hospitais militares, distribuição de alimentos aos sem-abrigo, apenas alguns exemplos de um extenso e variado rol de apoios prestados.

Também os professores, seguindo a mesma “metodologia” surpreenderam pela forma célere como se adaptaram perante um novo contexto.

Hoje, apesar de a Escola estar fisicamente fechada, todos os alunos estão a frequentar as aulas. Para os professores a ameaça foi percecionada como desafio daí que tenham encontrado estratégias e recursos para cumprir a sua missão – formar cidadãos e cidadãs

Apesar do envolvimento e mobilização de todos e todas no combate à pandemia provocada por um inimigo “invisível” há indícios de aproveitamento politico nas ações que vão sendo implementadas. Não é aceitável que usando dinheiros públicos se procure obter dividendos políticos. A ação no combate a esta ameaça não pode nem deve ser aproveitada como rampa de lançamento para uma qualquer candidatura politica ou projeto pessoal. Aqui, impõe-se uma referencia aos protagonistas da revolução de Abril – “os capitães” que uma vez cumprida a missão a que se propuseram, correndo os riscos que à distancia facilmente identificamos, regressaram aos quarteis entregando aos políticos a condução do destino do País.

A democracia não sendo um dado adquirido nem uma obra acabada, tem de ser alimentada com a participação cívica de todos e todas em todos os momentos.

A revolução reconstrói-se todos os dias.

Viva o 25 de abril!

Viva Portugal!