quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Deixou-nos Belmiro de Azevedo

Sabia-se que estava muito mal. Os últimos tempos passava-os no Marco de Canaveses, em Tuias, onde tinha construído uma excelente vivenda, mesmo ao lado da humilde casa que fora dos seus pais. Estive com ele poucas vezes, embora o conhecesse no Colégio D. João III, que ele frequentava já no 5º ano. Tudo o que foi, deve-o a três bons homens do meu Concelho: ao seu professor primário, sr Andrade, que sugeriu ao Dr. Arlindo, Presidente da Câmara, que a autarquia lhe atribuísse uma bolsa de estudo (como já era costume ser dada aos melhores alunos, desde que o Coronel-Médico Fernando Monterroso, as criou); e ainda ao sr. Correia do Freixo, gerente do Banco Pinto de Magalhães, no Porto. Não é que Belmiro de Azevedo precisasse dessa “cunha”! Belmiro formou-se com uma excelente nota na Faculdade de Engenharia e facilmente arranjaria emprego numa outra qualquer empresa. Mas era costume, nesse tempo (como tenho saudades desse tempo!), os conterrâneos de sucesso arranjarem emprego para os (com menos sorte) da sua terra. Belmiro de Azevedo foi um dos homens mais ricos do País e até do mundo, estudou no Liceu Alexandre Herculano e aí conviveu com personalidades, como Rui Vilar e outras. Fez uma pós-graduação nos Estados Unidos e dizem que era um incansável trabalhador e um empresário muito á frente do seu tempo. Partiu, hoje, com mais cinco anos que eu: não podemos escapar a esta sorte, por mais dinheiro que tenhamos!

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