domingo, 1 de janeiro de 2017

Bom-ano para todos, mas trabalhemos por isso!




A Associação dos Amigos do Concelho do Marco de Canaveses saúda neste novo ano todos os marcoenses e faz votos para que as nuvens de pessimismo que pairam sobre todos nós, a nível local e global, se dissipem.
Vivemos numa sociedade global e nada que se passa no global é estranho às suas partes, mesmo que seja um Concelho, ou uma Freguesia.
A única arma que temos para transformar a nossa vida é a cidadania. Foi essa a razão da criação da Associação dos Amigos do Concelho do Marco de Canaveses, mas muitos dos marcoenses ainda não compreenderam que seu futuro, o futuro da sua terra, do seu país e do mundo depende da forma como se organizam como cidadãos.
Ser cidadão é criar expectativas de uma vida mais justiça, mais solidariedade e mais humana e lutar por elas, a nível local e global. A cidadania é a razão de ser  da política e da democracia.
Mas, a política, como exercício de causas, desapareceu. Hoje é, um jogo de sedução e ilusionismo que trata os cidadãos como Pavlov tratou os seus cães, quando os sujeitou ao reflexo condicionado.
A maioria dos cidadãos não dá conta disso, porque não percebe as técnicas do marketing político que sobre eles exercem. Votam como compram um sabonete que a publicidade diz ser usado por nove de cada dez estrelas. Depois queixam-se, ficam eleitores amargurados, maldizentes, sempre a demonizarem os políticos que eles próprios escolheram.
A cidadania activa, de criar expectativas e lutar por elas, pressupõe saber avaliar escolhas em função do carácter do candidato, do seu pensamento sobre o Concelho e do sentido de serviço que possui. Isso exige desenvolver no eleitor uma postura apoiada no saber interpretar sinais, no reconhecer o mérito e valorizá-lo. Não precisamos de doutores, mas de homens bons; de quem tenha muita lábia, mas não saiba ouvir; de quem promete tudo e nada cumpre; de quem tenha grande “ego”, mas sem qualquer conteúdo.
Dispensamos a cultura de contacto, do “é assim!...”, do conhecimento ditado pela digitação de palavras no Google, mas quem procure ser sábio, capaz de problematizar, perceber diferenças e construir um pensamento próprio, ligado à vida e comprometido com a vida de todos nós. Precisamos de homens cultos, que criem laços na vida social e não sejam mais um numa sociedade que se tornou num somatório de indivíduos egoístas, órfãos de si mesmos, incapazes de gerarem sentimentos de solidariedade.
A Associação dos Amigos do Concelho do Marco procura constituir-se num espaço de cidadania, aberto ao debate que faça gerar as melhores ideias para a nossa terra e para uma vida feliz, em democracia.
Infelizmente é mais reconhecida no país que no seu Concelho. Inclusivamente, na sua própria terra é excluída nas convocatórias dirigidas a outras associações, pela própria autarquia, que tem logo á cabeça dois dos seus sócios.
O mais trágico para uma Associação são os sócios envergonhados, os que fazem o jeito de se fazerem sócios, mas não geram entusiasmo, não percebem que só de mãos dadas se cria um mundo melhor. Confiam mais no marketing político do que na luta solidária.
Esperamos que o novo ano traga mais sócios para a Associação dos Amigos do Marco, sócios com espirito marcoense,  vontade de lutar pela sua Terra, pela resolução dos seus problemas, como são os da água, do saneamento básico, dos transportes, da educação e da saúde.
Já se sente o frenesim das próximas eleições, mas ninguém conhece uma ideia nos protocandidatos sobre os problemas da nossa Terra e isso é o fundamental!
Sei que os partidos continuam a considerar que lhes basta levantar a bandeira para que o seu rebanho deposite o voto. Não dão conta que isso cada vez acontece menos, basta ver o que aconteceu em 2016 a nível global: foi o ano de todas as imprevisibilidades, falharam as sondagens e só aconteceu o imprevisto.
Hoje, ao entramos em 2017 é como se entrássemos num túnel que não sabemos se tem saída. É possível que Trump e Putin marquem o novo destino do mundo e muitos partidos de direita ganhem eleições, estilhacem a Comunidade Europeia  e o rumo de cada país seja uma tragédia humana.
Diria, tomando uma expressão de Hegel, que a "astúcia do irracional” tomou conta do nosso destino colectivo.
Ninguém parece querer agarrar nas suas próprias mãos o seu próprio destino, o destino dos seus filhos, do seu País e do mundo. O próprio Papa Francisco reconhece que o futuro depende de nós próprios e todos gostam de o ouvir, mas são incapazes de porem em prática as suas palavras!
Por que ficamos indiferentes? Não  seria de começar a acção por uma inscrição de sócio na Associação dos Amigos do Marco de Canaveses, onde a cota é apenas de dez euros por ano?
Esperamos que sim!
Um bom-ano para todos, mas trabalhemos por isso!
João Batista Magalhães

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