sexta-feira, 7 de outubro de 2016

A Associação dos Amigos do Concelho do Marco de Canaveses abriu este Blog, que completa a página que temos no Facebook para criar instrumentos de opinião ao serviço de mais e melhor cidadania. Partilhe-os, por favor, com os seus amigos e faça-se sócio da nossa Associação.
Não há democracia sem cidadania. Ser cidadão é ter consciência dos seus deveres democráticos, sentir a responsabilidade do vínculo que o liga à sua comunidade, à sua autarquia, colocar exigências de critérios objectivos na atribuição de benefícios e empenhar-se no bem-comum.
Promover estes objectivos foi, desde a sua fundação, a razão de ser da AAMC.
A intervenção cívica é argumentativa, dá razões e não “manda bocas”, visa um entendimento sobre problemas, políticas, tipos de agir e modos de ver. Procura um entendimento, em que o falante organize o seu discurso sem ruídos e, sobretudo, sem o ruído que faz de uma crítica um ataque pessoal e da cidadania uma subserviência
A cidadania nada tem a ver com a “má-língua” ou a opinião de café. O discurso cívico é comunicativo, dá razões, tem como objectivo o interesse comum e não o “pathos”, os sentimentos pessoais de ocasião. Não espera que o receptor lhe fique grato ou o diabolize ou se faça vitima. O interesse comum é o horizonte do futuro para onde aponta o exercício da cidadania.
A cidadania exige qualidade, justificação de razões e abrir-se às razões da refutação. Procura que os seus argumentos se encaixem num entendimento com o receptor, como as peças de um puzzle.
Comemorou-se há dias o 5 de Outubro, a implantação da República. A República apareceu com o direito ao uso da palavra para a construção de uma cidade mais justa e humana. Deu sentido à democracia e à cidadania. Pôs fim à ideia de entregarmos o nosso destino colectivo a uma linhagem de “sangue puro” ou a uma oligarquia.
Ser presidente de uma autarquia não é ser um senhor feudal, que só os de “sangue puro” do seu partido ou os endinheirados sabe ouvir. A república é mesmo a “coisa pública”, de todos nós, com partido ou sem partido! Aliás, a denominação “partido” surgiu, durante as primeiras reuniões da assembleia constituinte, saída da Revolução Francesa, para definir os que tomavam parte por uma determinada ideologia e não os que definiam um grupo com interesses pessoais. E a ideologia é uma crença sobre a melhor forma de governar,(sendo esta a que diminui o sofrimento dos que mais sofrem) e não a defesa do amigo de quem governa.
Como dizia Descartes, “a crítica é o ácido que corrói o erro”. Torna a ideologia ou quem assume o poder responsável , pois, “ser responsável” é responder às acusações, às críticas e não “armar-se em vítima” ou lançar a diabolização sobre o crítico.
Abrimos este espaço à crítica argumentativa, a que dá razões para as suas ideias. Só as pudemos publicar, se forem assumidas por uma assinatura devidamente identificada.
Vêm aí eleições autárquicas! Propomo-vos que deixem a crítica de café e contribuam, com o exercício da cidadania, para um melhor futuro para o nosso Concelho. Desde já esperamos que nos digam as suas ideias (que naturalmente podem pressupor críticas) sobre três questões:
1ª Que qualidades deve ter quem queira representar os marcoenses na autarquia? Qual o melhor perfil de presidente?
2ª O que configura a identidade do nosso Concelho no plano cultural, patrimonial e económico?
3º Que situações de fragilidade entravam o desenvolvimento do progresso do concelho e da qualidade de vida dos munícipes?
As Vossas respostas devem ser devidamente identificadas. Pretendemos publicar as vossas ideias sobre estas questões e outras que colocaremos mais adiante, como carta de recomendações aos candidatos que, na altura da abertura da campanha eleitoral, se apresentem para gerir o nosso destino colectivo na Autarquia.
Aguardamos as Vossas ideias e façam delas o exercício do direito à cidadania, porque é isso que espera a qualidade da nossa democracia.
Façam-se sócios da nossa Associação e tragam consigo um amigo!

 Associação dos Amigos do Marco de Canaveses

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